MINI NEFROLITOTRIPSIA PERCUTÂNEA: AVANÇOS TECNOLÓGICOS NO TRATAMENTO DE CÁLCULOS RENAIS
Data de publicação: 07/10/2024
A mini nefrolitotripsia percutânea, ou mini PERC, é uma técnica avançada e minimamente invasiva utilizada para a remoção de cálculos renais. “Ela combina várias tecnologias de ponta para garantir precisão e eficácia no tratamento,” explica o Dr. Rodrigo de Carvalho. O procedimento envolve o uso de acesso percutâneo para criar um canal ao rim, guiado por tecnologias de imagem como ultrassonografia ou fluoroscopia, permitindo localizar os cálculos com alta precisão.
Após criar o canal de acesso, um nefroscópio de pequeno calibre é introduzido para visualizar diretamente o cálculo dentro do rim. “Utilizamos a litotripsia a laser para fragmentar os cálculos,” acrescenta o Dr. Rodrigo. “Os lasers de alta potência são especialmente eficazes na fragmentação de cálculos de diferentes composições.” Além disso, sistemas de irrigação e aspiração são empregados para manter o campo visual limpo e facilitar a remoção dos fragmentos. “Essas tecnologias combinadas proporcionam um procedimento seguro, eficaz e menos invasivo, com menor trauma para o paciente,” conclui.
BENEFÍCIOS DA MINI PERC EM COMPARAÇÃO COM OUTROS MÉTODOS
A mini PERC oferece uma série de benefícios que a tornam uma escolha atraente para o tratamento de cálculos renais de tamanho moderado. “Entre as vantagens, destacam-se a menor invasividade e o menor trauma cirúrgico em comparação com a nefrolitotomia percutânea padrão (PCNL),” afirma o Dr. Rodrigo. “Os pacientes geralmente experimentam menos dor pós-operatória devido ao menor tamanho do nefroscópio e da incisão reduzida, além de uma recuperação mais rápida.”
Enquanto a PCNL padrão utiliza um nefroscópio de 30 a 36 Fr (aproximadamente 10 a 12 mm de diâmetro), a mini PERC utiliza um nefroscópio de 14 a 22 Fr (aproximadamente 4,7 a 7,3 mm de diâmetro). “Essa diferença resulta em menor risco de sangramento e menor lesão renal,” explica. Em comparação com outros métodos, como a ureteroscopia flexível (RIRS) e a litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), a mini PERC oferece uma combinação única de eficácia e baixa invasividade.
PROCESSO PRÉ-OPERATÓRIO E RECUPERAÇÃO
O processo começa com uma consulta inicial, onde o paciente é avaliado e são realizados exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ultrassonografia. “Realizamos uma série de exames pré-operatórios, incluindo testes de sangue, urina e uma avaliação pré-anestésica,” detalha o Dr. Rodrigo. “A preparação também pode envolver a suspensão de medicamentos anticoagulantes e orientações sobre jejum antes do procedimento.” Geralmente, o tempo entre a consulta inicial e a cirurgia varia de 2 a 4 semanas.
Após o procedimento, a maioria dos pacientes pode retornar às suas atividades normais dentro de uma a duas semanas. “Recomendamos evitar atividades físicas intensas por pelo menos quatro semanas para garantir uma recuperação completa,” aconselha o Dr. Rodrigo.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E RESULTADOS CLÍNICOS
“Pacientes ideais para a mini PERC são aqueles com cálculos de tamanho moderado, geralmente entre 1 e 2 cm,” explica o Dr. Rodrigo. “A mini PERC é especialmente recomendada para pacientes com condições anatômicas que dificultam a remoção de cálculos por outros métodos ou que apresentam cálculos complexos.” Em termos de precauções, é importante realizar exames de imagem e considerar o histórico familiar e a presença de comorbidades, como diabetes e hipertensão.
“A mini PERC tem demonstrado resultados clínicos excelentes, com taxas de sucesso na remoção completa de cálculos entre 85% e 90%,” afirma o Dr. Rodrigo. Estudos, como o publicado no Journal of Endourology em 2021, confirmam a eficácia da mini PERC, mostrando uma redução significativa no tempo de hospitalização e menor necessidade de analgesia pós-operatória.
DESAFIOS, FUTURO E INOVAÇÕES
A implementação da mini PERC apresenta alguns desafios, principalmente relacionados à necessidade de treinamento especializado e à disponibilidade de equipamentos caros. “Esses desafios podem ser superados através de programas de treinamento contínuo para cirurgiões e colaborações entre centros de referência,” sugere o Dr. Rodrigo.
O futuro do tratamento de cálculos renais é promissor, com avanços contínuos em tecnologias de imagem e litotripsia. “Esperamos ver um aumento no uso de tecnologias de inteligência artificial para planejamento cirúrgico e previsões de sucesso,” prevê o Dr. Rodrigo.
Inovações como nefroscópios menores e mais flexíveis, nano robótica e a integração da realidade aumentada podem transformar a maneira como planejamos e executamos esses procedimentos.
“A mini PERC representa uma evolução significativa no tratamento de cálculos renais,” destaca o Dr. Rodrigo de Carvalho. “À medida que a tecnologia avança, esperamos que essa técnica se torne ainda mais acessível e amplamente adotada, melhorando os resultados para os pacientes e reduzindo os riscos associados ao tratamento de cálculos renais.”
Fontes: