Cistectomia Robótica: Entenda o procedimento com o Dr. Carlos Henrique Matos

Data de publicação: 04/12/2024

Cistectomia Robótica: Entenda o procedimento com o Dr. Carlos Henrique Matos

A cistectomia robótica, uma abordagem tecnológica no tratamento de câncer de bexiga e outras condições específicas, representa um avanço significativo em termos de precisão cirúrgica, recuperação e qualidade de vida para os pacientes. 

O Dr. Carlos Henrique Matos esclarece as principais indicações, diferenças entre as abordagens e os benefícios dessa técnica inovadora.

 

QUANDO A CISTECTOMIA ROBÓTICA É INDICADA?

A cistectomia robótica é indicada principalmente em casos de câncer de bexiga com invasão da camada muscular. No entanto, também pode ser utilizada em outras situações, como recidivas frequentes ou falhas em tratamentos anteriores para tumores superficiais.

“Cada caso é avaliado com atenção para garantir que o procedimento seja o mais adequado e eficiente para o paciente, explica Dr. Carlos.

TUMORES ORIGINADOS NA BEXIGA VERSUS OUTROS ÓRGÃOS

A origem do tumor influencia a abordagem cirúrgica. Quando o tumor invade a bexiga a partir de outros órgãos, como útero, intestino ou ovário, é possível realizar uma cirurgia mais conservadora, preservando partes da bexiga.

“Em situações onde a origem do tumor não é a bexiga, conseguimos muitas vezes limitar a remoção apenas à área acometida, preservando funções e reduzindo os impactos,” destaca.

 

CISTECTOMIA PARCIAL E RADICAL: DIFERENÇAS ESSENCIAIS

Na cistectomia parcial, apenas a área afetada da bexiga é removida. Já na radical, todo o órgão é retirado, e o procedimento inclui estruturas adjacentes. 

Nos homens, isso envolve a próstata e vesículas seminais; nas mulheres, o útero e parte do fundo vaginal.

 

COMO FUNCIONA A CISTECTOMIA ROBÓTICA?

A cistectomia robótica combina alta tecnologia para realizar a remoção da bexiga com maior precisão e menor impacto para o paciente. 

O procedimento inclui a retirada do órgão, a remoção de linfonodos pélvicos e a reconstrução da drenagem urinária – frequentemente usando parte do intestino para criar uma nova bexiga (neobexiga) ou desviar o fluxo urinário.

“O uso do robô cirúrgico reduz complicações, sangramentos e efeitos colaterais. Tecnologias como endogrampeadores e fluorescência infravermelha ajudam a maximizar a segurança e a eficácia do procedimento,” explica Dr. Carlos.

Os benefícios incluem:

  • Menor tempo cirúrgico;
  • Redução de sangramentos;
  • Possibilidade de reconstrução intracorpórea da neobexiga, sem necessidade de grandes incisões;
  • Menor risco de complicações, como fístulas urinárias e problemas intestinais;
  • Recuperação mais rápida, com mobilização precoce e menor chance de tromboses ou complicações pulmonares.

IMPACTOS NA QUALIDADE DE VIDA


A perda parcial ou total da bexiga têm diferentes impactos, dependendo do tipo de reconstrução.

Na cistectomia parcial, a capacidade da bexiga pode ser temporariamente reduzida, mas tende a se adaptar com o tempo, sem grandes transtornos para o paciente.

Já na cistectomia radical, a reconstrução pode ser feita de duas formas principais:

  • Técnica de Bricker: utiliza uma bolsa externa para drenagem de urina, que é confortável e segura, embora exija adaptação do paciente.
  • Neobexiga: construída com parte do intestino, preserva a aparência externa natural, mas o paciente precisa realizar sondagens para esvaziá-la, pois não contrai de forma espontânea.

“Escolhemos a técnica mais adequada ao perfil e às condições do paciente, garantindo o melhor equilíbrio entre funcionalidade e qualidade de vida,” reforça Dr. Carlos.

 

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E PREVENÇÃO

A cistectomia robótica é especialmente recomendada em casos de câncer de bexiga invasivo ou para cirurgias mais complexas, onde a precisão e os benefícios da tecnologia fazem grande diferença. No entanto, em estágios muito avançados da doença ou quando há invasão de outros órgãos, a abordagem robótica pode não ser indicada.

Para prevenir, o Dr. Carlos enfatiza a importância de consultas regulares com um urologista, cessação do tabagismo – principal fator de risco para câncer de bexiga – e a adoção de hábitos saudáveis, como controle do peso e alimentação equilibrada.

A cistectomia robótica representa um avanço transformador no tratamento de câncer de bexiga, combinando tecnologia e precisão para garantir segurança e recuperação mais rápida aos pacientes.