Nefrolitotripsia percutânea

É o tratamento cirúrgico indicado para cálculos renais grandes e complexos, em geral maiores de 2,0cm. O procedimento é minimamente invasivo e um pequeno corte nas costas é realizado para acessar e visualizar a pedra no interior do rim com auxílio do nefrosocópio. Ela é removida completamente ou fragmentada com o litotriptor ultrassônico (uma espécie de broca que quebra a pedra e aspira os fragmentos) ou o auxílio do laser. Este procedimento avançou muito nos últimos anos e nossa equipe acompanhou de perto os aprimoramentos nas técnicas e nos equipamentos para oferecer essas evoluções aos nossos pacientes.

Em casos selecionados é possível utilizar um mini nefroscópio (Mini Percutânea) através de um furo menor ainda nas costas, reduzindo a dor e o sangramento e mantendo a eficiência do procedimento. Em casos complexos com cálculos múltiplos, grandes ou cheios de ramificações dentro do rim (cálculos coraliformes) o tratamento pode ser feito combinando a nefrolitotripsia percutânea e a ureteroscopia flexível o que é conhecido com a sigla ECIRS (do inglês: cirurgia endoscópica combinada intra-renal).

A vantagem dessa modalidade de tratamento é aumentar a limpeza do rim com menor número de furos nas costas, reduzindo a dor e sangramento ainda mais! Apesar de pouco invasivas, todas essas modalidades de nefrolitotripsia percutânea devem ser exclusivamente realizados em hospitais.

Conheça o procedimento

A cirurgia é realizada em centro cirúrgico, sob anestesia geral. Inicialmente colocamos um cateter no ureter, utilizando um instrumento chamado cistoscópio. A função deste cateter é a injeção de contraste no rim, o que permitirá identificação do cálculo renal e também a anatomia do órgão facilitando o acesso com auxílio do raio-x ou ultrassom. Puncionamos o rim com uma agulha fina e introduzimos um fio-guia e dilatadores. Assim podemos finalmente introduzir o nefroscópio, outro endoscópio que, conectado a uma câmera, permite avaliação da parte interna do rim, localizar o cálculo, fragmenta-lo e retirar os fragmentos com pinças. Ocasionalmente, o cálculo renal é muito volumoso e, para ser completamente retirado, há necessidade de realização de mais de uma punção no rim. Assim que os fragmentos são retirados, definimos se há necessidade de drenagens com sondas e cateteres, que são utilizados com muita frequência.

O cateter duplo J pode ser utilizado como forma de dreno interno, para impedir que coágulos ou fragmentos de cálculo obstruam o canal do ureter. O paciente recebe alta com o cateter, totalmente implantado dentro do corpo, sem qualquer exteriorização. Outra forma muito comum de drenagem é a sonda de nefrostomia, que é introduzida dentro do rim na área operada, através do pequeno orifício que é feito na região lombar para a realização da cirurgia. Outra sonda é utilizada para drenagem de urina da bexiga.

O que esperar depois da cirurgia

A presença de sangue na urina no período pós-operatório é rotineira e não deve trazer preocupação. A ocorrência de dor na região lombar é comum, porém, é bem tratada e controlada com analgésicos usuais. Sentir dor leve na porção inferior da barriga, vontade intensa e constante de urinar podem ser relacionados aos aparelhos utilizadas na operação ou ao cateter duplo J. Recomendamos ingerir muito líquido em pequenas quantidades e ter uma dieta mais leve, rica em frutas e vegetais para facilitar o funcionamento intestinal. Outras informações mais detalhadas são fornecidas no manual de cuidados cirúrgicos.

Acompanhamento

Uma consulta de retorno é marcada após a alta hospitalar e exames de imagem são realizados para acompanhar o resultado do tratamento. Nos casos que recebem alta com o cateter duplo j, um procedimento para retirada precisa ser agendado. Prevenir a formação de novos cálculos é uma etapa fundamental do tratamento. Recomendamos a análise cristalográfica dos cálculos removidos assim como uma avaliação individualizada com o nefrologista.